segunda-feira, 25 de julho de 2011



XVIII Feira do Livro do Colégio Antares

"No caminho entre o espaço e o tempo, a leitura é a melhor travessia."










Ensinar o aluno a gostar de ler é uma das principais contribuições que um professor pode dar à sociedade. É preciso que as escolas invistam para que seus alunos tenham uma relação de qualidade com a literatura.

Desde a Educação Infantil, as atividades planejadas devem ser voltadas para a formação do leitor como sujeito que recorre à escrita para satisfazer exigências práticas, e também como fonte de entretenimento.

É fundamental que as crianças aprendam a ter a leitura como ferramenta lúdica, como fonte de fruição que permite explorar outros mundos reais ou imaginários, que as aproxima de outras pessoas e de outras idéias.

O trabalho nas salas de aula, nas salas de leitura e nas bibliotecas deve basear-se em atividades que privilegiem a relação qualitativa dos alunos com a literatura: o leitor lê porque tem interesse pelo tema, pelo gênero literário, ou mesmo pelo autor.

As crianças precisam brincar com as palavras num poema. Podem acompanhar, com interesse e curiosidade, a leitura de um livro em capítulos, antecipando os acontecimentos, ansiosas por descobrir o final do conto. Precisam divertir-se com trava-línguas ou adivinhas. Devem conhecer e discutir os acontecimentos informados pelos jornais...

Ao optar por uma abordagem estética da linguagem literária, a proposta de leitura desvincula-se de concepções preconceituosas e reducionistas presentes em algumas classificações editoriais. Na maioria das vezes, essas publicações destinam ao leitor iniciante apenas as publicações com pouco texto e linguagem simplificada. Desconsideram que ele pode ouvir uma história lida por um adulto, e também a sua capacidade para interagir com os textos além das caracterizações reducionistas de sua faixa etária.

Não há um limite de páginas para os livros que devem ser apresentados aos pequenos leitores, nem restrições de vocabulário. Precisa haver bom senso, adequação, leitura prévia e cuidadosa realizada pelos professores, com o objetivo de compreender o valor literário das publicações e planejar a mediação a ser feita.


Ao lado de ensinar a ler para aprender, é preciso também ensinar a ler por ler.


Valéria Braidotti


Para saber mais:
1- ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1995.
2- BRAGGIO, S. L. Leitura e Alfabetização: da concepção mecanicista à sociopsicolingüística. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
3- CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1999.
4- CAVALCANTI, Z. (Org.) Caderno de Leituras. São Paulo: Cia das Letrinhas, 1999.
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